Blogue criado para TFM (Trabajo Fin de Máster) pela aluna Silvia Alonso Pedraza. Neste blogue vamos trabalhar a língua portuguesa no Ensino Primário com ferramentas como contos e outros conteúdos. Sejam bem-vindos e espero que gostem.

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sexta-feira, 16 de março de 2012

O MACACO DE RABO CORTADO - 1





Vamos começar com um conto que vamos ler em três post diferentes: o início, o desenvolvimento e o fim. 
Cada parte tem algumas atividades de compreensão que serão feitas com comentários no blogue e na aula de língua portuguesa. 

Boa leitura! ;)

A história que vão ler é um antigo conto português que narra o que aconteceu ao macaco que não gostava do seu rabo... 



Era uma vez um macaco mariola, que andava de bata e sacola, como se fosse para a escola. Mas não ia. Era tudo a fingir. 
Os rapazes, quando o viam passar, troçavam dele e gritavam:
 -       Macaco escondido com o rabo de fora… Macaco escondido com o rabo de fora…
 
Pois era. Realmente o rabo sobrava da bata e, muito comprido e retorcido, corria atrás do macaco para onde quer que ele fosse. 
Então o macaco entrou numa barbearia e pediu ao barbeiro que lhe cortasse o rabo.
O barbeiro afiou a navalha e zut! – rabo para um lado, macaco para o outro.
 
A operação deve ter doído, mas o macaco, que tinha tanto de vaidoso como de corajoso, não se importou. E de sacola e bata, muito empertigado, veio para a rua mostrar-se nos seus novos preparos. 
Estavam uns homens à conversa numa esquina. Quando o viram passar, um deles comentou:
-       Macaco sem rabo é como um burro sem orelhas. Fica mais feio e fica mais minguado. Coitado!
 
O macaco ouviu-o, sentiu-se e correu ao barbeiro para que lhe devolvesse o rabo. Talvez ainda pudesse ser cosido ou colado…
-       Olha o macaco toleirão à procura do rabo… Que queria que eu lhe fizesse? Deitei-o fora e a camioneta do lixo levou-o – disse-lhe o barbeiro.
 
Aí o macaco zangou-se. E, quando uma pessoa ou um macaco se zanga e perde a cabeça, faz disparates. Sem mais nem menos, agarrou numa das navalhas do barbeiro e disse:
-       Nesse caso, levo-lhe a navalha com que me cortou o rabo.
E abalou.
 
Ia ele por uma rua, quando passou perto de uma peixaria.
-       Que linda navalha traz o menino na mão – disse a peixeira. – O meu carinha de anjo não me quer dar a navalhita, para eu amanhar o meu peixe?
 
O macaco ficou todo derretido com as falas da peixeira e, já se vê, deu-lhe a navalha.
De mãos a abanar é que sabe bem passear…
 
Mas, passado tempo, veio-lhe a vontade de chamar outra vez sua navalha e voltou atrás, à procura da peixeira.
-       Olha o macaco paspalhão a perguntar pela navalha… Fique sabendo que não prestava para nada. Mal lhe peguei, para amanhar umas sardinhas, partiu-se – disse lhe a peixeira.
 
Aí o macaco zangou-se. Zangou-se e fez outro disparate. Pegou numa canastra de sardinhas e abalou, dizendo:- Nesse caso, levo-lhe as sardinhas com que me estragou a navalha. 
[...]




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